sábado, 16 de maio de 2015

A POLÊMICA TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO


O projeto de transposição do Rio São Francisco, iniciado em 2007, prevê a construção de 720 quilômetros de canais que irão transferir de 1% a 3% das águas do Velho Chico para pequenos rios e açudes que atualmente secam durante a estiagem do semiárido nordestino. O governo acredita que a obra beneficiará 12 milhões de pessoas e estimulará a agricultura nas áreas atingidas. Os estados doadores das águas – Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe – devem ganhar compensações em obras de revitalização da bacia do rio.

A transposição está dividida em dois eixos. O Eixo Norte captará água em Cabrobó (PE) para levá-la ao sertão de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. O Eixo Leste colherá as águas em Petrolândia (PE), beneficiando o sertão e o agreste de Pernambuco e Paraíba. Segundo o Ministério da Integração Nacional, cinco dos 14 lotes de obras da transposição do São Francisco estão paralisados, à espera da negociação dos preços dos contratos, os chamados aditivos. Originalmente, previa-­se a conclusão do Eixo Leste em 2010 e do Eixo Norte em dezembro de 2012. O primeiro eixo está em funcionamento em fase de teste e a obra deve ser inaugurada em 2015.

Com previsão de gastos de 8,2 bilhões de reais, que incluem obras de revitalização e projetos ambientais, a transposição é alvo de críticas. Alguns especialistas acreditam que construir poços profundos e de cisternas para a coleta de água da chuva é uma alternativa mais eficaz e barata para combater a seca. Os opositores também argumentam que o projeto não alcançará muitas comunidades isoladas e poderá causar impactos ambientais no Rio São Francisco.


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